Anna Guerra transita entre o erudito e o popular, refletindo sobre elementos de brasilidade, tradições religiosas, festividades e cultura material. Seu repertório imagético é marcado pela fantástica arte popular.

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Utilizando recortes de papel para otimizar seu trabalho e inspirada nas figuras simples de cordel, a artista embarca em uma pesquisa poética que resulta em imagens semelhantes a estampas. Contrariando a complexidade do processo artístico, ela continua a contar as mesmas histórias em cores, criando um movimento quase sonoro em suas obras.

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Seu trabalho se desdobra continuamente em obras têxteis, bordados e objetos, mantendo sempre a essência da pintura. Experimentando com uma variedade de materiais, incluindo óleo, acrílica, cera de abelha, terebentina, linhaça, tecidos e até mesmo refugos industriais. Sua criação não se limita à composição tradicional, mas surge de um desafio pessoal: transformar esses materiais em poesia visual, contos multifacetados com movimento e ritmo.

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Para além da busca pela dita "perfeição" nas costuras, seu encanto está nas emoções transmitidas pelos processos. Os pontos variam de lisos a ásperos, refletindo uma gama de sentimentos que permeiam seu fazer artístico. Material e conceitualmente, o processo de refinamento da chita diz respeito a trabalhos domésticos e artesanais, feitos em sua maioria por mulheres e, muitas vezes, em condições difíceis. Por outro lado, a habilidade é fundamental, assim como o conhecimento transmitido por gerações, como pontos que seguem os traços de uma chita.